O que é DRE e para que serve?

O que é DRE e para que serve?

Cuidar da gestão financeira de uma empresa não é uma tarefa fácil. Um bom gestor deve levar em consideração os mínimos detalhes de sua operação, caso contrário não terá controle suficiente para tomar decisões importantes. Neste sentido, existem ferramentas que são fundamentais para este controle ser mais efetivo, uma delas, que é destacada neste artigo é o DRE – demonstrativo de resultados do exercício.

Mas afinal, você sabe o que é um DRE e qual a sua importância?

Separamos neste artigo um guia completo do que é o DRE, qual a sua importância e como montar um. Vamos começar?

O que é um DRE?

O DRE é uma sigla que significa Demonstrativo de Resultados do Exercício, ou também denominada como ARE, Apuração de Resultados do Exercício. Para que você possa entender melhor, vejamos como o DRE é representado de acordo com CPC- 26:

“As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.”

Com base nesta explicação, o DRE é um relatório feito em um determinado período para apresentar os resultados operacionais, e não operacionais, de uma organização. Sendo assim, por meio do DRE, você tem um resumo das despesas, receitas, investimentos, provisões apuradas e custos de uma empresa.

O seu objetivo é realizar uma demonstração da composição de um resultado líquido em um exercício.  A partir disso, ele consegue gerar dados importantes que estão diretamente ligados à tomadas de decisões da empresa.

Geralmente o DRE é feito referente a um período anual, mas em algumas situações ele pode ser realizado mensalmente também, assim o empresário pode ter um controle maior e tomar decisões no momento que deve ser tomada.

Além disso, é importante ressaltar que o DRE é um documento obrigatório, utilizado para declarar todos os lucros e despesas de uma empresa anualmente. Por isso, fazê-lo mensalmente ou trimestralmente, facilita muito no relatório anual. 

Mas lembre-se, fazer o DRE não é só uma obrigação fiscal, também é uma possibilidade de mensurar resultados e mapear estratégias, melhorando o status da sua organização.

Por que é necessário utilizá-lo?

A utilização do DRE é fundamental para diversas situações dentro do setor financeiro de uma empresa, dentre elas, para a tomada de decisões mais assertivas. Esta ferramenta traz a possibilidade de extrair informações importantes, tais como os lucros obtidos, a receita total e as despesas gerais, além de ter uma visão gerencial do negócio.

Além disso, é possível o gestor acompanhar mensalmente a evolução de alguns indicadores principais, como por exemplo, qual o percentual do faturamento corresponde cada uma das despesas.

Diferentemente do fluxo de caixa, que é sempre feito com base no regime de caixa, o DRE é montado em regime de competência. (entenda cada um destes conceitos neste artigo). Logo uma boa prática é a utilização das duas ferramentas em conjunto, pois o DRE mostra se a empresa gera ou não resultado e o fluxo de caixa mostra se o resultado é sustentável e se a empresa tem uma boa gestão de caixa.

Saiba mais sobre fluxo de caixa, acessando este artigo.

Como isso é possível?

Vamos tomar como exemplo uma empresa X que faturou em um mês $50.000,00 e possui a seguinte estrutura de custos:

Faturamento               50.000,00 
(-) Custos variáveis 35%               17.500,00 
(-) Gastos fixos               27.000,00 
Resultado                  5.500,00 

Obs: este DRE ilustrativo foi resumido para fins de compreensão.

No caso da empresa X acima, ela apresenta um resultado positivo de $5.500,00 e 11% de lucratividade, que é o lucro dividido pelo faturamento, porém, esta empresa acabou de fechar uma compra de matéria prima de $30.000,00 para pagar no próximo mês. Esta compra efetuada não aparece no DRE deste mês e não vai aparecer no DRE do próximo mês, pois ele é feito por regime de competência, no entanto este valor deve aparecer no fluxo de caixa.

Analisando esta empresa somente com base no DRE ela possui um resultado positivo, mas em termos de caixa, não podemos afirmar a mesma coisa.

Por este motivo um bom gestor anda sempre com as duas ferramentas atualizadas.

Como montar um DRE?

O DRE possui sempre uma mesma estrutura, independente do tipo de empresa que você tem ou nicho que você atua. 

A Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/1976), em seu artigo 187, define a forma como as empresas devem discriminar a Demonstração do Resultado do Exercício. Nos termos da lei, portanto, a DRE deverá conter:

  1. a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
  2. a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos, e o lucro bruto;
  3. as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
  4. o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;
  5. o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;
  6. as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa;
  7. o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

Ficou alguma dúvida sobre o que é DRE? Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre o que é, ou como montar, deixe ela nos comentários. Assim, podemos te auxiliar neste processo! 

Aproveite para baixar nossa planilha de DRE modelo gratuitamente.

Kleber Donady – Sócio fundador da Be Able e instrutor de treinamentos relacionados à Gestão Empresarial, como: Liderança, Gestão Financeira, Empreendedorismo, Design Thinking, entre outros com foco em evolução profissional e pessoal.
O que é Capital de Giro e como calcular

O que é Capital de Giro e como calcular

Podemos dizer que existem dois tipos de investimento que um empresário deve fazer em sua empresa, o primeiro refere-se ao investimento para a empresa começar a operar, como a compra de máquinas, veículos, prédios e outros ativos, já o segundo investimento é o Capital de Giro.

Mas por que Capital de Giro é um tipo de investimento?

Neste artigo, você vai encontrar esta resposta e todas as informações necessárias para entender o conceito e como utilizá-lo na sua empresa.

Veja o que você vai aprender sobre capital de giro:

  • Capital de giro, o que é?
  • Por que é importante ter capital de giro?
  • Como é o funcionamento interno ao redor do capital de giro?
  • Como calcular o capital de giro da empresa?
  • Capital de giro x lucro da empresa
  • Quanto de capital de giro eu preciso ter na minha empresa?

Capital de Giro, o que é?

Respondendo a pergunta do início do texto, capital de giro pode ser considerado um investimento, pois ele compõe uma parcela de recursos, ou seja, dinheiro em caixa, que será utilizado para suprir as necessidades financeiras da empresa, tais como: compra de estoque, salário dos funcionários, aluguel do imóvel entre outros, em uma eventual casualidade ou como fator estratégico competitivo (falaremos sobre isso mais abaixo). 

Significa dizer que, o capital de giro é compreendido como a quantidade de dinheiro que a empresa precisa para operar regularmente e realizar os seus negócios, por isso: “giro”.

Por que é Importante ter Capital de Giro?

O capital de giro tem inúmeras funções importantes, ele garante a saúde financeira da empresa, proporcionando, recursos de financiamento aos clientes (em casos de vendas à prazo), mantém os estoques,  assegura o pagamento aos fornecedores, pagamento de impostos, salários e demais custos e despesas operacionais da empresa, ou seja, é responsável pela gestão de todos os recursos que fazem a empresa funcionar.

Sendo importante pontuar que o capital de giro é a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e a soma das despesas e contas a pagar, alguns erros e falhas na gestão do capital de giro da empresa podem fazer com que o empresário tenha que captar recursos adicionais, sendo muitas vezes desvantajoso para empresa, como é o caso de empréstimos em bancos que nem sempre possuem taxas e juros convidativos. 

Em situações assim de riscos, o capital de giro deverá cobrir as despesas rotineiras com os próprios recursos da empresa, por isso é importante trabalhar com as sobras de caixa e ter uma administração estratégica sobre essas, visando possíveis custos e despesas extraordinárias ou, até mesmo em situações que demandem investimento para um maior crescimento. 

O ideal é que a empresa possa custear suas operações, prevenindo-se de endividamentos como, financiamentos ou empréstimos, que em geral são fatores de riscos para qualquer empresa, os empréstimos deverão ser tomados para outros fins, como, para investimentos em novos planos, expansão e crescimento do negócio.

Quando dissemos acima que capital de giro pode ser um fator estratégico competitivo, podemos citar vários exemplos de ações que podem ser realizadas e que ilustram bem este conceito:

  • Aumentar prazo de pagamento ao cliente;
  • Comprar mais estoque para aproveitar um preço mais baixo do fornecedor;
  • Resistir a possíveis quedas do mercado, sem a necessidade de aumentar os preços;
  • Garantir seus melhores funcionários em épocas de crise;
  • Entre outros.

Como pode ver, uma empresa com boa gestão de seu capital de giro pode ter inúmeras vantagens perante seus concorrentes.

Como é o funcionamento interno ao redor do Capital de Giro?

É essencial que a empresa tenha um bom planejamento, com um detalhamento de gastos de curto e longo prazo e o controle das possíveis entradas de dinheiro em seu caixa, esse controle é fundamental, por isso é importante a empresa utilizar o seu fluxo de caixa corretamente (veja o que é fluxo de caixa e como montar neste artigo), de forma que o cálculo a ser feito seja o mais correto possível.

Mas o que isso quer dizer?

Para calcular o capital de giro de forma simples e adequada é preciso identificar as variáveis e contas que estão relacionadas a operação da empresa, começando pelo ativo circulante, o que significa dizer que é primordial identificar os valores relacionados às contas a receber, o estoque, os adiantamentos entre outros, de acordo com o ramo em que a empresa atua, é claro.

Deve-se considerar também o passivo circulante, isto é, as contas a pagar, os fornecedores, folha de pagamento, aluguel, impostos e demais despesas, de forma alguma o passivo circulante poderá ser negligenciado, por um simples motivo, o passivo circulante são as contas que a empresa precisa pagar para manter sua operação em funcionamento.

Sendo indispensável ressaltar que todos esses fatores podem apresentar uma grande variação de um mês para outro, sendo necessário realizar o cálculo do capital de giro com periodicidade e utilizar-se de uma média de um período de tempo como base.

Como Calcular o Capital de Giro da empresa?

O cálculo do capital de giro é extremamente simples, sendo utilizado uma fórmula para tal, a qual basta somar os Ativos Circulantes (Investimentos) e reduzir os Passivos Circulantes (Fonte de Recursos), ficando da seguinte forma:

CG = AC – PC

“AC” seria o ativo circulante e o “PC” seria o passivo circulante, simples não?!

Em casos de dúvidas nas contas do balanço patrimonial que constituem os ativos e passivos circulantes para fins de cálculo do capital de giro o ideal é consultar um profissional da área de contabilidade que poderá fazer uma análise completa. 

No caso de não possuir um balanço patrimonial, você poderá realizar este cálculo da seguinte maneira:

  • Some todos os valores que a empresa possui em caixa, seja uma aplicação financeira ou saldos de conta bancária;
  • Adicione o valor de estoque, no caso de empresa que venda produtos;
  • Veja se a empresa possui algum crédito a receber, como pagamento de empréstimo ou uma comissão;

A soma destes valores acima é o valor do Ativo Circulante.

  • Agora, some todos os recebimentos previstos, exemplo: boletos a receber, parcelas de cartões etc.
  • Faça uma soma de tudo que a empresa precisa pagar no próximo mês, incluindo fornecedores, funcionários, campanhas, parcelas de empréstimos ou financiamentos etc.

A soma destes valores é o total do Passivo Circulante.

Concluídas as contas, basta utilizar a fórmula acima e realizar o cálculo.

Capital de giro x lucro da empresa

Importante citar que o capital de giro não é o mesmo que o investimento fixo, pois este está relacionado a todo o investimento inicial na estrutura da empresa, sendo ainda mais importante ressaltar que o capital de giro em nenhuma hipótese poderá ser confundido com o lucro da empresa, pois, o  capital de giro tem como natureza, ser uma reserva econômica para as atividades da empresa, coisa muito diferente do lucro.  

Logo, toda empresa precisa separar fisicamente e contabilmente estes dois valores, de modo a não incorrer em erros de gestão.

Outro ponto a salientar é que em casos, onde haja dois ou mais sócios que receberão a distribuição dos lucros, este deve ser calculado após a separação do valor para capital de giro.

Se uma empresa gera de lucro líquido todos os meses R$10.000,00, por exemplo, cabe aos sócios definir o % para a formação do capital de giro e só após esta separação definir qual o valor vai para o bolso de cada um.

Uma das causas que fazem empresas “quebrarem” financeiramente é justamente a falta de capital de giro, no entanto, ao analisar a vida dos sócios percebe-se que estes estavam “ricos”, mas a empresa não.

Quanto de Capital de Giro eu preciso ter na minha empresa?

Esta é uma pergunta que não há uma resposta 100% correta ou certeira, obviamente, quanto maior o capital de giro melhor, no entanto é preciso haver um equilíbrio entre conservadorismo e risco.

Uma empresa que vive de produtos sazonais, como por exemplo, fabricação e venda de chocolates, deve ter um capital de giro maior para poder suprir os meses em que não há grandes faturamentos, todo o lucro obtido em épocas festivas como a Páscoa ou dia dos namorados, que sabemos que a venda de chocolates aumenta, não pode ser totalmente destinado ao bolso dos sócios. 

Em contrapartida, uma empresa que dependa de atualizações constantes, como no mercado de tecnologia, não pode, num primeiro momento, decidir guardar todo o dinheiro de lucro e deixar de investir para se atualizar.

Por este motivo cada caso é um caso. Veja em qual modelo sua empresa se adequa e quanto você pode formar de capital de giro.

Concluindo, podemos identificar que a administração do capital de giro do seu negócio significa avaliar o atual momento, as faltas e as sobras de recursos financeiros e os reflexos de decisões em relação a compras, vendas e administração do caixa sendo essencial seu conhecimento e uso para que a empresa se desenvolva com sucesso.  

O que é um fluxo de caixa e por que fazê-lo?

O que é um fluxo de caixa e por que fazê-lo?

Ter um controle das finanças da empresa é um passo importante para mantê-la em desenvolvimento.

Porém, muita das vezes, empreendedores focam apenas naquilo que entra de dinheiro na empresa ou somente no que sai de dinheiro da empresa e esquecem que um resultado satisfatório é encontrar o melhor ponto de entradas e saídas da empresa. 

Para isso, saber o que é um fluxo de caixa e como montar um, é fundamental para realizar este controle.

Se você ainda não sabe o que é um fluxo de caixa e como montar um, não se preocupe. Neste artigo separamos um guia completo sobre o fluxo de caixa e a sua importância para você montar o fluxo da sua empresa. Vamos começar?

O que é um fluxo de caixa?

O fluxo de caixa é uma ferramenta que tem como objetivo controlar tudo que entra e sai, em termos financeiros, dentro de uma empresa, ou seja, os ganhos/receitas e os gastos/despesas.

O fluxo de caixa para a empresa é como o extrato bancário para uma pessoa comum. Mas com uma pequena diferença, no caso do extrato bancário a pessoa costuma visualizar apenas o que passou e o que está muito próximo de acontecer, já no fluxo de caixa, a empresa possui condições de analisar o passado e o futuro distante, se fizer suas projeções.

Para que o empreendedor tenha um excelente controle utilizando esta ferramenta, é preciso criar o hábito e a disciplina de lançar de maneira detalhada todos os números da empresa, evitando ao máximo cometer erros ou esquecimentos. Quanto mais informações e valores exatos tiver, mais fácil ficará de realizar análises e observar como está a situação do financeiro do negócio.

Geralmente, quando se trata de MEI (veja o que é MEI neste artigo) e empresas de pequeno porte, o fluxo de caixa pode ser feito utilizando planilhas em Excel, de maneira bem simples e prática (aproveite para baixar nosso modelo de ferramenta de fluxo de caixa em Excel). Entretanto, na medida em que o negócio vai se desenvolvendo e adquirindo novos gastos e ganhos, migrar da planilha Excel para um sistema de gestão específico pode ser uma opção mais vantajosa e necessária.

Além disso, manter a disciplina de análise do fluxo de caixa se faz necessário, pois a partir disso, o empreendedor poderá tomar decisões mais acertadas e efetivas.

Por exemplo, uma simples análise dos ganhos de uma semana atual com a anterior, já é possível perceber se a empresa está em crescimento ou não e o que de fato fez com a empresa obtivesse este crescimento ou redução no volume de vendas.

Por que ele é importante para o seu negócio?

Embora a utilização do fluxo de caixa seja necessária para qualquer empresa, independente do seu nicho, muitos empresários em início de empreendimento deixam de usar, pois acreditam que isso não seja necessário ou até seja um trabalho a mais, porém, a utilização desde o início da empresa faz com que a disciplina e o controle sejam muito maiores e mais fáceis de se incorporar à rotina do dia a dia.

Para se ter uma ideia melhor da importância,até mesmo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), entidade que acompanha de perto o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, indica o uso e a manutenção do fluxo de caixa. 

Usar corretamente o fluxo de caixa traz ainda mais uma série de benefícios ao empreendedor, veja alguns deles: 

  • Prever, planejar e controlar entradas e saídas em um período determinado;
  • Avaliar se o recebimento proveniente das vendas será suficiente para cobrir gastos assumidos e previstos;
  • Antecipar decisões quanto à falta ou à sobra de dinheiro;
  • Descobrir se a empresa está trabalhando no verde ou no vermelho;
  • Ter informações suficientes para ajustar o preço de venda do seu produto ou serviço, seja aumentar ou reduzir o preço;
  • Analisar a possibilidade de realizar promoções e liquidações;
  • Confirmar se os recursos financeiros próprios serão suficientes para tocar o negócio ou se há necessidade de buscar dinheiro extra.

A utilização desta ferramenta também ajuda o empreendedor a pagar menos juros por atrasos, juros estes que foram comentados neste artigo, podem ser significativos para o negócio.

Análises e decisões importantes 

Uma ferramenta como o fluxo de caixa deve ser utilizada de maneira a embasar corretamente análises e decisões para o negócio, abaixo alguns exemplos de análises e decisões que o empreendedor pode tomar a partir de uma correta interpretação do seu fluxo de caixa:

  • Investir em uma ação de marketing;
  • Contratar mais uma pessoa;
  • Cortar gastos com publicidade;
  • Reduzir o número de parcelas que os clientes podem pagar;
  • Negociar aumento de prazo para pagar fornecedores ou negociar um desconto a vista;
  • Aumentar ou reduzir seu preço.

Todos estes exemplos acima só são decididos corretamente com o uso e análise do fluxo de caixa da empresa, sem ele, o empreendedor estará dando um tiro no escuro, pois não saberá qual a consequência de tal ação.

Exemplo: empreendedor decide aproveitar um desconto de 5% na compra de matéria prima pagando a vista, porém, a quantidade a ser comprada para obter o desconto é de 4 meses de estoque. Neste caso, a empresa pode ter que recorrer ao uso do cheque especial para conseguir pagar este estoque e o valor destes juros pode ser maior do que o desconto obtido.  

Fluxo de caixa projetado

Como o nome mesmo diz, trata-se de uma projeção. Isso quer dizer que a partir dos lançamentos realizados, o empreendedor pode analisar e planejar as suas decisões futuras com base nos resultados.

Trata-se de fazer comparações entre o projetado e o que está sendo realizado, este tipo de fluxo é uma excelente ferramenta para mensurar se o que o empreendedor projetou está acontecendo de fato e se o que não está correto em qual momento aconteceu o erro e onde.

Como é possível perceber, estamos falando de uma análise do presente para a construção de um futuro financeiro da empresa. Se a empresa paga e recebe de maneira descompassada, se a empresa gasta mais do que recebe ou se há capital imobilizado, por exemplo, o fluxo de caixa irá revelar e, a partir daí, o empreendedor poderá definir as suas estratégias.

Exemplo de fluxo de caixa projetado:

Planilha modelo de fluxo de caixa semanal projetado

Na nossa planilha de fluxo de caixa semanal é possível visualizar as duas colunas “projetado” e realizado”, uma análise com base nestas duas informações é bastante valiosa para o empreendedor.

Como montar o fluxo de caixa

Antes de começar a montar o fluxo de caixa é importante a empresa ter um plano de contas.

Após a conclusão do plano de contas, é preciso registrar cada valor em sua respectiva conta diariamente, quanto mais tempo o empreendedor deixa para anotar algum valor, maior é a probabilidade de esquecer, portanto os valores lançados devem ser o mais próximo da realidade possível.

Além disso, todas as contas a serem lançadas no fluxo de caixa, são registradas a regime de caixa e não de competência, como explicamos neste artigo, pois elas devem refletir o exato momento de entrada ou saída do caixa.

Seguindo estes passos, há uma grande chance de sucesso, no entanto, o empreendedor não pode esquecer que terá que ter muita disciplina.

Ficou alguma dúvida relacionada ao fluxo de caixa? Deixe um comentário embaixo que tentaremos responder o mais breve possível.

A importância de controlar os custos e despesas em sua empresa

A importância de controlar os custos e despesas em sua empresa

Controlar os custos e despesas de uma empresa é um passo fundamental para mantê-la em desenvolvimento. Porém, muitos empreendedores iniciantes tem uma certa dificuldade em manter as finanças ordem ou até saber ao certo o que se deve fazer. 

Além disso, grande parte dos negócios que fecham as portas depois de alguns meses de atuação, é justamente por essa falta de controle. Afinal, além de ser comum misturar os lucros da empresa com as finanças pessoais, a desorganização também faz com que haja diversos tipos de dificuldades com o tempo.

Por isso, para quem está iniciando um negócio ou já tem uma empresa e não consegue manter seu controle financeiro, o primeiro passo é buscar informações que possam auxiliar neste processo. 

Desta forma, neste artigo separamos o porquê da importância de controlar os custos e as despesas em uma empresa, além de outras informações relevantes. Vamos começar?

Por que é importante saber controlar os custos e despesas?

Toda empresa, independente da área que atua, possui custos, até mesmo os empreendimentos digitais, que por sua vez, têm despesas menores. 

Desta forma, é totalmente necessário que você tenha controle de tudo aquilo que vai sair do caixa da empresa, a partir disso, conseguirá saber se todos os ganhos da empresa naquele determinado mês irão conseguir pagar os custos mensais.

A organização das despesas facilita na possibilidade de trazer novas oportunidades para o seu negócio. 

Por exemplo, se você sabe exatamente quanto precisa para manter a empresa em pleno funcionamento, irá criar metas que possam ultrapassar este valor. Consequentemente, além do dinheiro adquirido para os custos mensais, a empresa terá um caixa cheio, com a possibilidade de reinvestir e formar seu capital de giro. 

O controle de custos e despesas em sua empresa também traz outro ponto positivo. Quando você consegue manter todos os gastos e os pagamentos em dia, fica fácil lidar com qualquer imprevisto que possa surgir, e olha que nos tempos atuais, ter imprevistos é mais normal do que possa aparecer.

Em outra situação, o controle das despesas também evita que você pague multas e juros pelo atraso de alguma dívida. Atrasos esses que seriam facilmente contornado se houvesse um mínimo controle.

Mas e em casos em que os juros e multas representam valores pequenos?

Você pode se questionar sobre isso, porém, saiba que qualquer valor, mesmo o mínimo possível pode fazer uma grande diferença no final de um mês não muito bom. E mais, apesar de os valores absolutos serem pequenos, o percentual aplicado pode ser muito grande. Veja abaixo o exemplo de atraso da Guia de Previdência Social.

Juros: Juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.

Multa: Calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso. A multa será calculada a partir do primeiro dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20% (vinte por cento).

Fonte: site da Receita Federal consultado em 26/02/2019.

Se levarmos em consideração apenas a multa aplicada, que neste caso é de 0,33% ao dia, limitado a 20% ao mês, você continua achando que os valores são baixos? 

Percebe o quanto isso pode pesar em seu bolso?

Qual a diferença entre custos e despesas fixas ou variáveis

Quando falamos de custos ou despesas de uma empresa é importante levar em consideração que existem vários tipos. Conhecer cada um deles e suas diferenças é o primeiro passo para manter tudo organizado. 

Para isso, primeiramente, você irá entender a diferença entre custos e despesas, pois embora possam parecer a mesma coisa, são diferentes no conceito. 

Custo: é tudo aquilo que está associado diretamente a produção do seu produto ou serviço. Por exemplo: gastos na produção, logística e a matéria prima. 

Despesas: estão associadas à manutenção das atividades da empresa, por exemplo, despesas com estratégias de marketing, café no escritório, contador etc.

Entendendo agora a diferença entre estes dois conceitos, já podemos passar para o próximo passo, que é, entender o que é um custo ou despesa, fixa ou variável.

Fixos: são todos aqueles custos ou despesas que não se alteram com as vendas, ou seja, não possuem relação direta com o faturamento da empresa, mesmo que a empresa não produza ou venda um item sequer. 

Exemplo: Aluguel, seguros, contratos de serviços, pessoal administrativo etc.  

Variáveis: É tudo aquilo que tem relação direta com as vendas, quanto mais vende mais paga.

Exemplo: o mais clássico é o imposto, que quanto mais você vende mais você paga em termos absolutos. Outro exemplo, são as comissões de cartões de crédito ou comissões para vendedores.

E como saber se é custo ou despesa, fixa ou variável? 

Simples, levando em consideração se está totalmente associado à produção e venda ou não. 

Vamos pegar o exemplo citado acima do imposto, digamos que você possui uma empresa enquadrada no Simples Nacional e paga 6% de DAS (documento de arrecadação do simples), apesar de o valor nominal do imposto ser fixo de 6%, o valor real que você paga depende de quanto você faturou. Se faturou R$10.000,00 você pagará R$600,00, se faturar R$100.000,00 pagará R$6.000,00 a assim por diante.

Ficou mais claro agora? 

Como calcular os custos e despesas da minha empresa?

Entendendo agora qual a diferença entre custos e despesas, fixas ou variáveis, você já pode começar a colocar em prática. Para isso, você precisa calcular todos os custos e despesas da sua empresa.

Para começar, sugerimos que você coloque todos os valores que você paga em uma planilha de Excel, não se preocupe neste momento em classifica-las, apenas digite todos os valores. 

Depois que você colocar tudo na planilha, você pode fazer a classificação analisando cada uma das contas, se é despesa ou custo e se é fixo ou variável.

Uma vez que você fizer o calculo de tudo, você já pode começar a organizar. Coloque as datas do pagamento de cada uma antes do prazo máximo. Por exemplo, se o pagamento dos funcionários da sua empresa deve ser feito até o dia 5 do mês, coloque até o dia 3, ao menos. Isso irá evitar que você deixe para última hora e tenha imprevistos.

Sabemos que conseguir manter todos os gastos organizados pode parecer desafiador no começo, mas tudo isso funciona na prática, e é claro, seguindo todas as dicas que sugerimos.

Ficou alguma dúvida sobre a importância do controle dos seus custos e despesas da empresa ou em como realizar este processo? Se você ainda tem alguma dúvida